Todos acham que o país vai milagrosamente melhorar, levando as leis nas coxas |
Dos cavaletes, muitas vezes irregulares, tivemos um exemplo notório do crescimento do Vandalismo Social: a Cavalete Parade. Este evento é uma iniciativa popular para que as pessoas recolhessem o "lixo" formado pelos tripés na rua desde que estivessem em situação irregular, ou seja, atrapalhando o caminho, posicionados em jardins ou canteiros e/ou de pé após as 22 horas. A idéia era fotografar e denunciar a propaganda à Justiça Eleitoral, recolher o material para si e fazer uma pintura por cima.
Não é uma questão exatamente de vandalismo, apesar de que, em alguns casos, as pessoas se exaltavam e realmente podem ter pegado um tripé "regular", entretanto, a lei era muito folgada, realmente tudo ficava uma sujeira, e acho digno dar uma limpada, até como forma de protesto contra a própria lei pró-imundice. Mas, em geral, as pessoas realmente recolhiam o irregular. E isso é uma forma fantástica de protesto, melhor que o chute no cavalete, embora o chute também fosse interessante (e eu mesmo aderi à campanha).
Outras formas de vandalismo social nas eleições são as clássicas pichações de propaganda, do tipo bigodinho de Hitler... Mas o que eu acho impressionante é que uma minoria de pichadores "vandaliza" as propagandas políticas enquanto uma maioria se picha muros e sacadas da população honesta. Talvez a origem da pichação, em si, fosse dar na cara da sociedade a sua derrota e falta de postura, mas acaba se desvirtuando com coisas do tipo "eu picho, você pinta, vamos ver quem tem mais tinta", o que é claramente uma babaquice, fora o fato de o cara estar lá, gastando dinheiro com spray. Então, por que esse cara, supostamente revoltado com o sistema, não picha carros oficiais no centro do Rio? Em vez de pichar o hospital público, a escola municipal, podia sacanear outdoors? Mas os outdoors quase sempre estão em estado perfeito, bem irônico.
Outra forma de o grupo impedir o errado é a travessia de ruas em multidão. Li sobre isso no livro "Sabedoria das Multidões" e tem disso em grandes centros urbanos aqui no Rio (já vi em Madureira e na Avenida Passos), o povão se junta e todo mundo atravessa, se o cara quiser avançar, vai ter que matar bastante gente. Mas grupos menores, de 5 pessoas, um grupo típico de pessoas num sinal de trânsito, já bastaria para intimidar os carros com intensões de avançar o sinal. O curioso é que as pessoas "respeitam" o "direito" do carro avançar, estão simplesmente deixando passar. Mas, na esquina da Estrada do Gabinal com a Estrada de Jacarepaguá, por exemplo, é muito raro de se ver alguém avançando. Só a presença de um grupo grande na espera na calçada já intimida e, no sinal mais à frente, todos avançam, talvez pela rua ser mais estreita ou porque a aglomeração é menor.
E aí, vai encarar? |
Se concorda, pratica ou se empolgou com a idéia, então espalhe para que o movimento realmente fique valendo a pena. É uma força que só uma pequena massa pode mover, não faça o esforço de alguns ser em vão.